5 outubro 2023 Futuro das rotinas de trabalho: o fim do home office e a escolha do trabalho híbrido
Para onde caminham as rotinas de trabalho entre as empresas brasileiras? Não há um modelo único e é preciso levar em conta desde as características do negócio até vantagens e desvantagens de cada opção e a própria capacidade da equipe para executar as tarefas independentemente do local onde esteja trabalhando.
Reflexões como essas estão no centro de “O dia depois de amanhã”, livro recém-lançado, escrito por Alexandre Teixeira. Na obra, o autor traz uma reflexão profunda sobre o presente do trabalho e as transformações aceleradas pela pandemia da Covid-19, e apresenta um panorama da disputa entre três correntes de pensamento:
- Defensores do trabalho remoto e sem fronteiras.
- O modelo “Híbrido 1.0” com uma combinação padronizada entre dias de trabalho no escritório e em casa.
- A corrente que busca o retorno ao modelo totalmente presencial pré-pandemia.
O futuro das rotinas de trabalho em destaque
Teixeira, cofundador da Odda, uma plataforma voltada para tendências em desenvolvimento humano e autor de Felicidade S.A., aponta diversas possibilidades de colaboração no futuro do trabalho. Um dos conceitos que ele discute é o “viés da proximidade”, relacionado ao risco de desigualdades entre funcionários que trabalham predominantemente de casa em comparação com aqueles que frequentam regularmente o escritório ou um coworking.
Aqueles em home office podem enfrentar desvantagens, como perder oportunidades de melhores salários ou bônus de produtividade. Além disso, diz o autor, existe a preocupação de que trabalhadores não brancos e mulheres possam ser desfavorecidos, já que muitas vezes preferem o trabalho remoto devido a ambientes de escritório hostis ou responsabilidades domésticas.
Lideranças e mudanças no RH
O dia depois do amanhã também aborda a perspectiva das lideranças. Alexandre Teixeira avalia que muitos líderes preferem estar no escritório de segunda a sexta-feira, enquanto seus subordinados desejam mais flexibilidade. Essa discrepância pode ser atribuída a privilégios das lideranças e práticas de gestão ultrapassadas.
No futuro, Teixeira prevê mudanças significativas nos departamentos de RH. Ele antecipa a criação de novos cargos, como diretor de bem-estar, chefe de viés humano, líder do trabalho do futuro e diretor de trabalho remoto. Estes cargos, destaca, refletem uma abordagem mais holística das organizações em relação ao cuidado com os empregados.
O suporte do coworking
De acordo com o que propõe o autor, o coworking pode oferecer uma solução intermediária, permitindo que os trabalhadores tenham um ambiente profissional fora de casa, mas ainda assim mantenham a flexibilidade.
No futuro das rotinas de trabalho, o coworking pode reduzir o “viés da proximidade”, servindo como um espaço neutro, promovendo a interação entre profissionais de diferentes empresas e setores, sendo uma opção para aqueles que sentem a falta da estrutura do escritório.
Nenhum comentário