Trabalho remoto em discussão: estudo mostra diferença entre empresas e funcionários

Um novo estudo reforça o desejo dos brasileiros trabalharem mais de forma remota e também o receio das empresas de proporcionar mais dias de trabalho à distância.

Realizado por pesquisadores do Departamento de Economia da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, o estudo Working from Home Around the World (“Trabalhando em casa ao redor do mundo”) reúne dados de 27 países e indica que o Brasil, juntamente com o Egito, é o país em que há maior diferença entre o que os trabalhadores querem e o que as empresas estão dispostas a oferecer em termos de trabalho fora do escritório.

De acordo com o levantamento, os brasileiros gostariam de trabalhar de 2,3 dias à distância (em home office, por exemplo), enquanto as empresas se dispõem a adotar apenas 0,8 dias.

Perda de talentos

O que pode ocorrer, diante da diferença de pensamento entre as duas partes, é a possível perda de talentos, como destacou em entrevista à Folha de S.Paulo, Nicholas Bloom, professor e participante do estudo. Isso aparece no estudo quando os trabalhadores brasileiros afirmaram que estariam dispostos a perder até 7,4% de seu salário habitual pela possibilidade de ter dois ou três dias de home office, o levaria as empresas a um processo de reestruturação de suas rotinas.

“O melhor impulsionador do trabalho remoto é o fato de melhorar os resultados financeiros da empresa”, diz o professor à Folha. Na opinião dele, o mercado levará as empresas brasileiras a adotar o trabalho remoto para aumentar os lucros e crescer. “Vimos isso nos EUA, onde o trabalho remoto é amplamente adotado como prática para melhorar o desempenho do funcionário”, conclui.

A pesquisa foi feita em duas rodadas, na metade de 2021 e no início de 2022, com trabalhadores de 18 setores da indústria de idades de 20 a 59 anos.

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